A Relicário Edições e a autora Andréa Sirihal Werkema convidam para o lançamento do livro “As duas pontas da literatura: crítica e criação em Machado de Assis”.
Dia 23 de novembro, às 11h, na Casa Relicário (Rua Machado, 155, casa 1 – bairro Floresta).
Este livro reúne artigos diversos sobre Machado de Assis, juntando duas de suas facetas mais instigantes, o crítico literário e o ficcionista. Mesmo os dois capítulos sobre o romance de José de Alencar que integram essa coletânea não são exceção: de maneira bastante óbvia, localizam no antecessor e/ou contemporâneo romântico de Machado um marco literário no Brasil e seus desdobramentos possíveis no autor de Memórias póstumas de Brás Cubas. Discute-se a formação de um romancista? Talvez. Não caiamos na armadilha de imaginar um Machado de Assis nascido pronto, cânone. Mas deixemo-nos impressionar sim pela obra que deixou, e que é só o que importa afinal.
De um lado, pensa-se na prática crítica de Machado de Assis como preparação para o seu salto rumo à chamada segunda fase de sua ficção; de outro lado, porém, essa postura crítica é vista como desde sempre internalizada pelo nosso autor, que é leitor, crítico e teórico das formas adequadas para a literatura brasileira de sua época. Sugere-se um Machado de Assis teórico do romance – leia-se toda a massa de observações críticas que se encontram em seus pequenos prólogos e mesmo no corpo do texto de Brás Cubas ou Dom Casmurro. Um Machado de Assis que aprende com a nascente história da literatura brasileira – esta é uma tese já antiga, bastante comprovada, mas aqui examinada em sua prática.
Ressalte-se que os ensaios que compõem o livro não são propriamente sequência uns dos outros, pelo contrário: cada ensaio, apesar de girar sobre temas muito semelhantes, tenta buscar uma leitura do valor da obra de Machado de Assis, seja como crítico literário, seja como historiador da literatura em potencial, seja como romancista, seja como um pensador da forma romance. Evita-se uma teleologia da obra machadiana, assim como se deve evitar uma teleologia da literatura brasileira oitocentista. Interessa buscar sentidos e valores de um autor autoconsciente, em sua busca por formas de escrita. Afinal de contas, já se disse tudo sobre Machado de Assis; mas nada nos impede de alongar a conversa e voltar às questões que fazem de sua obra marco incontornável na paisagem do romance universal.
Andréa Sirihal Werkema é professora de Literatura Brasileira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde dá aulas na graduação e na pós-graduação, com pesquisa, em geral, sobre temas relativos à literatura do século XIX. Doutora em Literatura Brasileira pela UFMG, onde também se graduou. Publicou, entre outros, Macário, ou do drama romântico em Álvares de Azevedo (Ed. UFMG, 2012); A crítica literária brasileira em perspectiva (Ateliê, 2013); Figurações do real (Relicário, 2017); Outras formas de escrita (2018, Eduerj).
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Evento de lançamento de “As duas pontas da literatura: crítica e criação em Machado de Assis”, de Andréa Sirihal Werkema
A Relicário Edições e a autora Andréa Sirihal Werkema convidam para o lançamento do livro “As duas pontas da literatura: crítica e criação em Machado de Assis”.
Dia 23 de novembro, às 11h, na Casa Relicário (Rua Machado, 155, casa 1 – bairro Floresta).
Este livro reúne artigos diversos sobre Machado de Assis, juntando duas de suas facetas mais instigantes, o crítico literário e o ficcionista. Mesmo os dois capítulos sobre o romance de José de Alencar que integram essa coletânea não são exceção: de maneira bastante óbvia, localizam no antecessor e/ou contemporâneo romântico de Machado um marco literário no Brasil e seus desdobramentos possíveis no autor de Memórias póstumas de Brás Cubas. Discute-se a formação de um romancista? Talvez. Não caiamos na armadilha de imaginar um Machado de Assis nascido pronto, cânone. Mas deixemo-nos impressionar sim pela obra que deixou, e que é só o que importa afinal.
De um lado, pensa-se na prática crítica de Machado de Assis como preparação para o seu salto rumo à chamada segunda fase de sua ficção; de outro lado, porém, essa postura crítica é vista como desde sempre internalizada pelo nosso autor, que é leitor, crítico e teórico das formas adequadas para a literatura brasileira de sua época. Sugere-se um Machado de Assis teórico do romance – leia-se toda a massa de observações críticas que se encontram em seus pequenos prólogos e mesmo no corpo do texto de Brás Cubas ou Dom Casmurro. Um Machado de Assis que aprende com a nascente história da literatura brasileira – esta é uma tese já antiga, bastante comprovada, mas aqui examinada em sua prática.
Ressalte-se que os ensaios que compõem o livro não são propriamente sequência uns dos outros, pelo contrário: cada ensaio, apesar de girar sobre temas muito semelhantes, tenta buscar uma leitura do valor da obra de Machado de Assis, seja como crítico literário, seja como historiador da literatura em potencial, seja como romancista, seja como um pensador da forma romance. Evita-se uma teleologia da obra machadiana, assim como se deve evitar uma teleologia da literatura brasileira oitocentista. Interessa buscar sentidos e valores de um autor autoconsciente, em sua busca por formas de escrita. Afinal de contas, já se disse tudo sobre Machado de Assis; mas nada nos impede de alongar a conversa e voltar às questões que fazem de sua obra marco incontornável na paisagem do romance universal.
Andréa Sirihal Werkema é professora de Literatura Brasileira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde dá aulas na graduação e na pós-graduação, com pesquisa, em geral, sobre temas relativos à literatura do século XIX. Doutora em Literatura Brasileira pela UFMG, onde também se graduou. Publicou, entre outros, Macário, ou do drama romântico em Álvares de Azevedo (Ed. UFMG, 2012); A crítica literária brasileira em perspectiva (Ateliê, 2013); Figurações do real (Relicário, 2017); Outras formas de escrita (2018, Eduerj).
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