Samuel Beckett

Samuel Beckett (1906-1989) é um escritor irlandês de expressão inglesa e francesa, considerado um dos mais importantes autores do século XX. Projeta-se internacionalmente com a peça Esperando Godot, que o consagra como um dos representantes do Teatro do absurdo. Beckett nasce em Foxrock, subúrbio de Dublin, em um 13 de abril, no seio de uma família burguesa e protestante. Aos quatorze anos, começa a frequentar a Portora Royal School, uma escola de classe média situada ao norte da Irlanda. Em 1927, forma-se em literatura moderna no Trinity College de Dublin, especializando-se em italiano e francês. Logo em seguida, viaja a Paris, onde permanece por dois anos, entre 1928 e 1930. Na capital francesa, frequenta os círculos literários e torna-se amigo de James Joyce, autor do célebre clássico Ulisses. Em 1930, de volta à Irlanda, passa a lecionar francês no Trinity College, período em que também escreve o estudo crítico Proust. No ano seguinte, pede demissão. À época, volta a Paris e escreve sua primeira novela, Dream of Fair to Middling Women, que seria publicada somente depois de sua morte. Em 1933, por motivos familiares – notadamente pela morte de seu pai –, retorna a Dublin. Ainda vive por um curto período em Londres (1933-1935), quando publica a coleção de contos More Pricks Than Kicks (1934). Por volta de 1937, resolve estabelecer-se em Paris, época em que leva uma facada de um estranho e fica gravemente ferido. No início da Segunda Guerra Mundial, vincula-se à Resistência Francesa, juntamente com sua futura esposa, Suzanne Dechevaux-Dusmenil. Em 1942, é obrigado a fugir para Vichy, onde escreve parte da novela Watt. A partir de 1945, seu idioma literário passa a ser o francês. No final da década de 1940, escreve a chamada “Trilogia do pós-guerra” – composta pelos romances Molloy (c. 1947), Malone morre (c. 1948) e O inominável (c. 1949) –, cujo tema é a solidão. Embora já conhecido de alguns círculos por sua produção literária, o nome de Beckett projeta-se internacionalmente com a estreia da sua primeira peça, Esperando Godot, em 1953. Com Godot, ele inicia, ao mesmo tempo que Ionesco, o Teatro do absurdo. Escreve diversas peças teatrais, como Fim de partida, Ato sem palavras e Dias felizes. Em 1969, ganha o Prêmio Nobel de Literatura. Durante a vida, escreve poemas e textos em prosa, como romances, novelas, contos e ensaios, além de textos para o teatro, o cinema, o rádio e a televisão. Morre em 1989, cinco meses depois de sua esposa. É enterrado no cemitério de Montparnasse, em Paris.

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