A Iansã de Maria Auxiliadora da Silva e outros fluxos atlânticos na arte afro-brasileira
Neste Dia de Santa Bárbara, celebramos também Iansã, a orixá dos raios, dos ventos e da justiça, que sincretiza com Santa Bárbara e era fonte de inspiração para Maria Auxiliadora da Silva, uma das mais importantes pintoras brasileiras do século XX. Ela estabeleceu uma profunda conexão com a cultura afro-brasileira e, em particular, com Oyá.
Pintora que bordava a dor, a mineira Maria Auxiliadora posa nesta foto sem data e sem autor em sua residência na Casa Verde, em São Paulo. Auxiliadora aprendeu com a mãe os pontos e a combinar as cores no bordado. De família católica, a artista frequentou terreiros de candomblé, de onde tiraria a inspiração para pintar os orixás. A artista utilizava símbolos associados a Iansã em suas obras, como raios, ventos, cores vibrantes (principalmente o vermelho e o amarelo) e elementos da natureza, representando a força, a energia e a vitalidade da orixá.
Em Pérolas negras, outras voltas, um fio de contas de Ogum é o elo entre a historiografia da arte, a arquitetura de quilombos, espaços da escravidão, identidade e seus fluxos atlânticos. Pesquisador contemporâneo dos mais relevantes para a compreensão da arte e da cultura afro-brasileira, Roberto Conduru faz provocações que desmistificam a ideia de que a arte brasileira é exclusivamente eurocentrada, valorizando as contribuições africanas.
No livro, são destacados aspectos como descolonização do olhar, interseccionalidade, articulação entre arte e história, curadoria e produção de exposições. Trata-se de uma sequência investigativa de Pérolas negras, primeiros fios (2013), dando continuidade ao projeto iluminar zonas de sombra historiográficas: as artes nos fluxos entre África e Brasil.
Além deste ensaio sobre Maria Auxiliadora da Silva – que reproduzimos na íntegra no Blog da Relicário –, o livro reúne textos sobre Agnaldo dos Santos, Antonio Obá, Arthur Bispo do Rosário, Cildo Meireles, Goya Lopes, Hélio Oiticica, Leonce Raphael Agbodjelou, Lúcio Costa , Manuel Querino, Martinho Patrício, Martiniano do Bonfim, Mestre Didi, Milton Guran, Nicola Lo Calzo, Oswaldo Goeldi, Paulo Nazareth, Pedro Figari, Pierre Verger, Rommulo Vieira Conceição, Rubem Valentim, entre outros artistas e temas.
Em “a flor e o seu protesto”, poema que integra o seu mais recente livro “O Vivo”, Adriana Lisboa escreve: “tanto já se falou da flor e o seu protesto aquela que rompe o asfalto a que entope os canos dos fuzis […] mas o que diz a flor quando não a tomamos emprestada …
A escolha. O tempo. O vento. As estações. A transformação. “Morada” é o videopoema que Adriana Lisboa apresenta neste mês na última coluna ALFAIATARIA do ano. Com uma trilha de fundo marcada pelo afagar das folhas ao vento, Adriana diz sobre a possibilidade de estada, residência, permanência em um instante, em um caminho. …
COLUNA GABINETE DE CURIOSIDADES
RENOVAR A PINTURA, REMODELAR A MACUMBA
A Iansã de Maria Auxiliadora da Silva e outros fluxos atlânticos na arte afro-brasileira
Neste Dia de Santa Bárbara, celebramos também Iansã, a orixá dos raios, dos ventos e da justiça, que sincretiza com Santa Bárbara e era fonte de inspiração para Maria Auxiliadora da Silva, uma das mais importantes pintoras brasileiras do século XX. Ela estabeleceu uma profunda conexão com a cultura afro-brasileira e, em particular, com Oyá.
Pintora que bordava a dor, a mineira Maria Auxiliadora posa nesta foto sem data e sem autor em sua residência na Casa Verde, em São Paulo. Auxiliadora aprendeu com a mãe os pontos e a combinar as cores no bordado. De família católica, a artista frequentou terreiros de candomblé, de onde tiraria a inspiração para pintar os orixás. A artista utilizava símbolos associados a Iansã em suas obras, como raios, ventos, cores vibrantes (principalmente o vermelho e o amarelo) e elementos da natureza, representando a força, a energia e a vitalidade da orixá.
Em Pérolas negras, outras voltas, um fio de contas de Ogum é o elo entre a historiografia da arte, a arquitetura de quilombos, espaços da escravidão, identidade e seus fluxos atlânticos. Pesquisador contemporâneo dos mais relevantes para a compreensão da arte e da cultura afro-brasileira, Roberto Conduru faz provocações que desmistificam a ideia de que a arte brasileira é exclusivamente eurocentrada, valorizando as contribuições africanas.
No livro, são destacados aspectos como descolonização do olhar, interseccionalidade, articulação entre arte e história, curadoria e produção de exposições. Trata-se de uma sequência investigativa de Pérolas negras, primeiros fios (2013), dando continuidade ao projeto iluminar zonas de sombra historiográficas: as artes nos fluxos entre África e Brasil.
Além deste ensaio sobre Maria Auxiliadora da Silva – que reproduzimos na íntegra no Blog da Relicário –, o livro reúne textos sobre Agnaldo dos Santos, Antonio Obá, Arthur Bispo do Rosário, Cildo Meireles, Goya Lopes, Hélio Oiticica, Leonce Raphael Agbodjelou, Lúcio Costa , Manuel Querino, Martinho Patrício, Martiniano do Bonfim, Mestre Didi, Milton Guran, Nicola Lo Calzo, Oswaldo Goeldi, Paulo Nazareth, Pedro Figari, Pierre Verger, Rommulo Vieira Conceição, Rubem Valentim, entre outros artistas e temas.
Conheça o livro!
Posts relacionados
COLUNA ALFAIATARIA
Em “a flor e o seu protesto”, poema que integra o seu mais recente livro “O Vivo”, Adriana Lisboa escreve: “tanto já se falou da flor e o seu protesto aquela que rompe o asfalto a que entope os canos dos fuzis […] mas o que diz a flor quando não a tomamos emprestada …
COLUNA ALFAIATARIA
A escolha. O tempo. O vento. As estações. A transformação. “Morada” é o videopoema que Adriana Lisboa apresenta neste mês na última coluna ALFAIATARIA do ano. Com uma trilha de fundo marcada pelo afagar das folhas ao vento, Adriana diz sobre a possibilidade de estada, residência, permanência em um instante, em um caminho. …