1. Na capa, o pronome “nós” divide-se, entrecortado, como um slide deslizante, em 4. Assim como o deslizante advérbio “muitas”, que se desmonta, no sentido contrário, em 6. O verbo, que não desliza nunca, une “nós” e “muitas”. Do lado esquerdo, o que parece ser a fotografia microscópica de algo crescendo no sentido horizontal e contrário à verticalidade da tipografia.
2. A costura do miolo está à mostra. Pedro costura Nós Somos Muitas em colaboração com Flora, Arto e Rogério. A visibilidade da costura pressupõe, no sentido da coletividade, outras costuras; ou: a coletividade pressupõe o infinito.
3. Na orelha, Mário Medeiros escreve: “Não poucas vezes me perguntei, lendo Nós Somos Muitas, por onde Pedro gostaria de me conduzir”.
4. Mário logo responde: “Pedro nos conduz generosamente por corpos, fantasmas e sombras, tão cheios de escuta, olhar, fala, dança; por inconscientes desejosos numa vida que se nega a cessar, em moto-contínuo”. Penso: para fazer-se, a resistência tem de partir da ilusão útil do infinito. O infinito é tão-só, e em tempos como estes, o amanhã.
5. No índice, saltam à vista os parênteses. Em 26 ensaios ou títulos, Pedro inclui 15 parênteses. Penso: “Talvez este livro seja um parênteses muito grande como todos os livros bons devem ser, porque a arte de fazer parênteses corresponde à arte de desacelerar”. Escrevo: a resistência é, entre outros, um exercício cuidadoso de observação.
6. 15: cruzo-me, pela primeira vez, com um código QR. Ao scaneá-lo com o meu telemóvel, viajo até nossomosmuitas.com.br para ouvir a voz de Flora. Flora está lendo a primeira “Not a translator’s note”. “Not a translator’s note” se escuta, também, e em português, como “Note — (repare) — a translator’s note”. Este código QR é o primeiro de 26. Neles, além da voz de Flora, escutaremos a guitarra de Arto. Anoto: a dimensão digital de Nós Somos Muitas corrobora o infinito e simula a mesa de um café ou boteco, onde amigas se encontram com o único propósito de pensar em conjunto. O advérbio “Muitas” desliza, afinal de contas, para fora do próprio objeto livro.
7. A estrutura interdisciplinar dos ensaios corresponde à estrutura interdisciplinar do objeto. Lóvni. Livro-objeto voador não identificado.
8. Os ensaios interdisciplinares de Pedro, que salta naturalmente de disciplina em disciplina, de uma língua para outra, enquanto nos conta de suas leituras, experiências e opiniões, são, acima de tudo, a manifestação alegre de pensar alto. Pensar alto a sós ou acompanhada antecipa o desejo do lado de lá e o lado de lá escapa à tentação de medir dogmaticamente o mundo com as palavras.
9. Penso alto: Sontag propunha, em 1969, uma erótica da arte. Pedro propõe, em 2022, a erótica do pensamento coletivo. E é então que a câmera corpórea e não-verbal de Pedro se desloca até Rosi, a cabo-verdiana que a empresa de aluguel de temporada enviara para limpar o apartamento onde o autor ficou hospedado em Lisboa.
10. Repito: Rosi não é Lisístrata. Rosi é Lisístrata. Rosi não é Lisístrata. Rosi é Lisístrata.
11. “Sem deslocamento não há leitura.”
12. Sem empatia não há deslocamento.
13. Não se trata, portanto, do lugar para onde Pedro me está conduzindo, mas como ele me está, de não-definição em não-definição, conduzindo. O novo livro de Pedro é anti-académico.
14. Fecho os olhos e vejo: o conhecimento é uma constelação mesclada, irregular e atemporal de coisas e experiências e este desenho constelar é, como qualquer desenho, irrepetível. O que foi já não é e o que é foi o que virá a ser.
15. Pedro partilha conosco duas considerações sobre o poema. Uma, à entrada órfica do livro, quando nos diz que o ritmo do poema nos aproxima e permite até coagir os deuses e as deusas. Outra, platónica, na p. 78, no ensaio “Literatura e respiração”, sobre Ricardo Piglia, quando nos diz que “o exílio é a condição da poesia”.
16. Não há exilado que, antes de ser exilado, não tenha namorado o pensamento coletivo.
17. Penso alto: como é divertido concluir que o exílio dos poetas da cidade lhes é imposto precisamente porque o poema incita à convivência corporal, “desgovernada” e incontrolável de todas e todos na pólis. Os poetas são, no fim de contas, exilados com os farmacêuticos que, com os seus pharmakoi, desestabilizam, ao mesmo tempo, a ordem socialmente hierárquica instituída pelo poder da cidade. Há, além do mais, algo de assustador e deslumbrante naquela ou naquele que coage deuses e deusas ao “deixar o ritmo permear o discurso”.
18. Ambas as considerações de Pedro podem descrever, sem definir, os planos narrativos e imaginários do próprio Pedro que, com esse ritmo tão sedutor quanto mágico, nos faz ver para lá da ordem.
19. Leio o poema da p. 89:
A classe das almas
Às segundas-feiras os lixeiros passam em frente de casa recolhendo o lixo. Sempre que trabalho no meu escritório, observo da janela a maneira displicente com que eles pegam nas latas, vertem o conteúdo no caminhão e as jogam de volta, em geral sobre as plantas do jardim. A alma de classe média que mora em mim não resiste e exclama, lá de dentro: que falta de cuidado, será que eles fazem de propósito, por ser o jardim dos bacanas?
Hoje temos o Adolfo, colombiano, trabalhando no jardim. Ele veio com a parafernália toda, inclusive um rastelo para limpar o mato.
Quando passaram os lixeiros, o Adolfo estava de costas, agachado, plantando uma mudinha, e tinha deixado o rastelo estendido sobre duas latas de lixo. Eu fiquei olhando e pensei: “será que eles vão levar o rastelo por engano, pensando que é lixo?”
O rapaz do caminhão, um negro alto que eu sempre vejo às segundas-feiras, ao dar com o Adolfo de costas levantou o rastelo como se fosse um cristal prestes a romper-se, depositou-o no chão e levou o lixo até o caminhão. Voltando, abaixou-se, pegou o rastelo com delicadeza e o depositou precisamente, milimetricamente, no mesmo ponto de equilíbrio em que ele estava, suspenso entre as duas latas de lixo, agora vazias.
20. Trata-se de ler (politicamente) do avesso. Ou desler. E o avesso é o mínimo, o que não está, o resto, como a sombra ou a espreguiçadela da jovem senhorita Samsa, um movimento de câmera inesperado, certeiro e que desconfia, em paralelo, de si mesmo, antítese da Verdade, do absoluto e da originalidade.
21. A Verdade, o absoluto e a originalidade são muitos.
Patrícia Lino (1990) é poeta, ensaísta e professora universitária. Ensina literaturas e artes visuais afro-luso-brasileiras na UCLA e publicou, até à data, Reciclagem do Poder (2022), Aula de Música (2022), O Kit de Sobrevivência do Descobridor Português no Mundo Anticolonial (2020), No es esto un libro (trad.: Jerónimo Pizarro, 2020) e Manoel de Barros e a Poesia Cínica (2019). Dirigiu recentemente DAEDALUS 22/1 (BRA 2021), Anticorpo. Uma Paródia do Império Risível (EUA-POR 2019) e Vibrant Hands (EUA-POR 2019). Lançou também o álbum de poesia mixada I Who Cannot Sing (2020) e traduziu autoras como Gertrude Stein (A Barriga no Ar, 2023) para o português. A sua investigação centra-se na poesia contemporânea, culturas visual e audiovisual, paródia, anticolonialismo e cinema luso-brasileiro. É membro integrado do UCLA Latin American Institute, colaboradora do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e co-coordenadora d’A Colecção, linha editorial das Edições Macondo dedicada à publicação da poesia portuguesa contemporânea no Brasil. Lino foi uma das autoras convidadas da 20ª edição da FLIP — Festa Literária Internacional de Paraty (2023) e ensina atualmente, como professora visitante, na Yale University (Spring 23).
O MISTÉRIO DA PREPARADORA por Ana Elisa Ribeiro Minha vida entre os livros começou cedo e a paixão por eles me levou a ambições que nunca me abandonaram, enquanto não se convertem em incômodas frustrações. Fui para a faculdade de Letras perseguindo uma ideia que sempre correu mais que eu, mas deu para me …
SEMENTE, POESIA, LIVRO por Ana Elisa Ribeiro Desde bem criança achei que livros fossem objetos interessantes. Não tive dúvidas de que não davam em árvores nem achei que caíam do céu. De alguma maneira, o que eu ainda não percebia bem é que eles eram feitos por pessoas e chegavam às livrarias ou às …
A escrita como vício, conversa realizada em 23 de novembro de 2021, por ocasião do Circuito Marguerite Duras, teve entre os convidados/as a pesquisadora Isabela Bosi, que nos brindou com a leitura de um texto cheio de rigor e profundidade, o qual, a pedidos, reproduzimos aqui no Blog da Relicário, por ocasião da chegada de …
UM PAÍS DESSE JEITO por Leonardo Villa-Forte Tem como você repetir, por favor, um segundo, pronto, agora desliguei, essa gente fica alugando, viu, isso que dá ser simpático com telefonista, e olha que era da Legião da Boa Vontade, os caras insistem tanto que te deixam sem saída, parece que fazem de propósito pra …
COLUNA GABINETE DE CURIOSIDADES
21 notas cartográficas
[sobre Nós somos muitas, de Pedro Meira Monteiro]
por Patrícia Lino
1. Na capa, o pronome “nós” divide-se, entrecortado, como um slide deslizante, em 4. Assim como o deslizante advérbio “muitas”, que se desmonta, no sentido contrário, em 6. O verbo, que não desliza nunca, une “nós” e “muitas”. Do lado esquerdo, o que parece ser a fotografia microscópica de algo crescendo no sentido horizontal e contrário à verticalidade da tipografia.
2. A costura do miolo está à mostra. Pedro costura Nós Somos Muitas em colaboração com Flora, Arto e Rogério. A visibilidade da costura pressupõe, no sentido da coletividade, outras costuras; ou: a coletividade pressupõe o infinito.
3. Na orelha, Mário Medeiros escreve: “Não poucas vezes me perguntei, lendo Nós Somos Muitas, por onde Pedro gostaria de me conduzir”.
4. Mário logo responde: “Pedro nos conduz generosamente por corpos, fantasmas e sombras, tão cheios de escuta, olhar, fala, dança; por inconscientes desejosos numa vida que se nega a cessar, em moto-contínuo”. Penso: para fazer-se, a resistência tem de partir da ilusão útil do infinito. O infinito é tão-só, e em tempos como estes, o amanhã.
5. No índice, saltam à vista os parênteses. Em 26 ensaios ou títulos, Pedro inclui 15 parênteses. Penso: “Talvez este livro seja um parênteses muito grande como todos os livros bons devem ser, porque a arte de fazer parênteses corresponde à arte de desacelerar”. Escrevo: a resistência é, entre outros, um exercício cuidadoso de observação.
6. 15: cruzo-me, pela primeira vez, com um código QR. Ao scaneá-lo com o meu telemóvel, viajo até nossomosmuitas.com.br para ouvir a voz de Flora. Flora está lendo a primeira “Not a translator’s note”. “Not a translator’s note” se escuta, também, e em português, como “Note — (repare) — a translator’s note”. Este código QR é o primeiro de 26. Neles, além da voz de Flora, escutaremos a guitarra de Arto. Anoto: a dimensão digital de Nós Somos Muitas corrobora o infinito e simula a mesa de um café ou boteco, onde amigas se encontram com o único propósito de pensar em conjunto. O advérbio “Muitas” desliza, afinal de contas, para fora do próprio objeto livro.
7. A estrutura interdisciplinar dos ensaios corresponde à estrutura interdisciplinar do objeto. Lóvni. Livro-objeto voador não identificado.
8. Os ensaios interdisciplinares de Pedro, que salta naturalmente de disciplina em disciplina, de uma língua para outra, enquanto nos conta de suas leituras, experiências e opiniões, são, acima de tudo, a manifestação alegre de pensar alto. Pensar alto a sós ou acompanhada antecipa o desejo do lado de lá e o lado de lá escapa à tentação de medir dogmaticamente o mundo com as palavras.
9. Penso alto: Sontag propunha, em 1969, uma erótica da arte. Pedro propõe, em 2022, a erótica do pensamento coletivo. E é então que a câmera corpórea e não-verbal de Pedro se desloca até Rosi, a cabo-verdiana que a empresa de aluguel de temporada enviara para limpar o apartamento onde o autor ficou hospedado em Lisboa.
10. Repito: Rosi não é Lisístrata. Rosi é Lisístrata. Rosi não é Lisístrata. Rosi é Lisístrata.
11. “Sem deslocamento não há leitura.”
12. Sem empatia não há deslocamento.
13. Não se trata, portanto, do lugar para onde Pedro me está conduzindo, mas como ele me está, de não-definição em não-definição, conduzindo. O novo livro de Pedro é anti-académico.
14. Fecho os olhos e vejo: o conhecimento é uma constelação mesclada, irregular e atemporal de coisas e experiências e este desenho constelar é, como qualquer desenho, irrepetível. O que foi já não é e o que é foi o que virá a ser.
15. Pedro partilha conosco duas considerações sobre o poema. Uma, à entrada órfica do livro, quando nos diz que o ritmo do poema nos aproxima e permite até coagir os deuses e as deusas. Outra, platónica, na p. 78, no ensaio “Literatura e respiração”, sobre Ricardo Piglia, quando nos diz que “o exílio é a condição da poesia”.
16. Não há exilado que, antes de ser exilado, não tenha namorado o pensamento coletivo.
17. Penso alto: como é divertido concluir que o exílio dos poetas da cidade lhes é imposto precisamente porque o poema incita à convivência corporal, “desgovernada” e incontrolável de todas e todos na pólis. Os poetas são, no fim de contas, exilados com os farmacêuticos que, com os seus pharmakoi, desestabilizam, ao mesmo tempo, a ordem socialmente hierárquica instituída pelo poder da cidade. Há, além do mais, algo de assustador e deslumbrante naquela ou naquele que coage deuses e deusas ao “deixar o ritmo permear o discurso”.
18. Ambas as considerações de Pedro podem descrever, sem definir, os planos narrativos e imaginários do próprio Pedro que, com esse ritmo tão sedutor quanto mágico, nos faz ver para lá da ordem.
19. Leio o poema da p. 89:
A classe das almas
Às segundas-feiras os lixeiros passam em frente de casa recolhendo o lixo. Sempre que trabalho no meu escritório, observo da janela a maneira displicente com que eles pegam nas latas, vertem o conteúdo no caminhão e as jogam de volta, em geral sobre as plantas do jardim. A alma de classe média que mora em mim não resiste e exclama, lá de dentro: que falta de cuidado, será que eles fazem de propósito, por ser o jardim dos bacanas?
Hoje temos o Adolfo, colombiano, trabalhando no jardim. Ele veio com a parafernália toda, inclusive um rastelo para limpar o mato.
Quando passaram os lixeiros, o Adolfo estava de costas, agachado, plantando uma mudinha, e tinha deixado o rastelo estendido sobre duas latas de lixo. Eu fiquei olhando e pensei: “será que eles vão levar o rastelo por engano, pensando que é lixo?”
O rapaz do caminhão, um negro alto que eu sempre vejo às segundas-feiras, ao dar com o Adolfo de costas levantou o rastelo como se fosse um cristal prestes a romper-se, depositou-o no chão e levou o lixo até o caminhão. Voltando, abaixou-se, pegou o rastelo com delicadeza e o depositou precisamente, milimetricamente, no mesmo ponto de equilíbrio em que ele estava, suspenso entre as duas latas de lixo, agora vazias.
20. Trata-se de ler (politicamente) do avesso. Ou desler. E o avesso é o mínimo, o que não está, o resto, como a sombra ou a espreguiçadela da jovem senhorita Samsa, um movimento de câmera inesperado, certeiro e que desconfia, em paralelo, de si mesmo, antítese da Verdade, do absoluto e da originalidade.
21. A Verdade, o absoluto e a originalidade são muitos.
Patrícia Lino (1990) é poeta, ensaísta e professora universitária. Ensina literaturas e artes visuais afro-luso-brasileiras na UCLA e publicou, até à data, Reciclagem do Poder (2022), Aula de Música (2022), O Kit de Sobrevivência do Descobridor Português no Mundo Anticolonial (2020), No es esto un libro (trad.: Jerónimo Pizarro, 2020) e Manoel de Barros e a Poesia Cínica (2019). Dirigiu recentemente DAEDALUS 22/1 (BRA 2021), Anticorpo. Uma Paródia do Império Risível (EUA-POR 2019) e Vibrant Hands (EUA-POR 2019). Lançou também o álbum de poesia mixada I Who Cannot Sing (2020) e traduziu autoras como Gertrude Stein (A Barriga no Ar, 2023) para o português. A sua investigação centra-se na poesia contemporânea, culturas visual e audiovisual, paródia, anticolonialismo e cinema luso-brasileiro. É membro integrado do UCLA Latin American Institute, colaboradora do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e co-coordenadora d’A Colecção, linha editorial das Edições Macondo dedicada à publicação da poesia portuguesa contemporânea no Brasil. Lino foi uma das autoras convidadas da 20ª edição da FLIP — Festa Literária Internacional de Paraty (2023) e ensina atualmente, como professora visitante, na Yale University (Spring 23).
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O MISTÉRIO DA PREPARADORA por Ana Elisa Ribeiro Minha vida entre os livros começou cedo e a paixão por eles me levou a ambições que nunca me abandonaram, enquanto não se convertem em incômodas frustrações. Fui para a faculdade de Letras perseguindo uma ideia que sempre correu mais que eu, mas deu para me …
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SEMENTE, POESIA, LIVRO por Ana Elisa Ribeiro Desde bem criança achei que livros fossem objetos interessantes. Não tive dúvidas de que não davam em árvores nem achei que caíam do céu. De alguma maneira, o que eu ainda não percebia bem é que eles eram feitos por pessoas e chegavam às livrarias ou às …
COLUNA LIVRE
A escrita como vício, conversa realizada em 23 de novembro de 2021, por ocasião do Circuito Marguerite Duras, teve entre os convidados/as a pesquisadora Isabela Bosi, que nos brindou com a leitura de um texto cheio de rigor e profundidade, o qual, a pedidos, reproduzimos aqui no Blog da Relicário, por ocasião da chegada de …
COLUNA GABINETE DE CURIOSIDADES
UM PAÍS DESSE JEITO por Leonardo Villa-Forte Tem como você repetir, por favor, um segundo, pronto, agora desliguei, essa gente fica alugando, viu, isso que dá ser simpático com telefonista, e olha que era da Legião da Boa Vontade, os caras insistem tanto que te deixam sem saída, parece que fazem de propósito pra …