Em um mercado de pulgas em Santiago, uma mulher encontra um antigo álbum de fotos de uma família estrangeira em férias e, para sua surpresa, lê seu sobrenome paterno escrito na primeira página. Rimsky ou Rimski? A diferença entre a última letra do seu sobrenome e aquela encontrada no álbum leva esta mulher a atravessar o oceano. Numa jornada em busca de suas origens, a narradora viaja para a aldeia de Ulanov, na Ucrânia, descobrindo sob o peso da realidade que esse passado é apenas uma ilusão.
O encontro com essas ruínas, antes uma herança, molda este livro de viagem, que pode ser lido como um testemunho ou uma verdadeira alucinação.
Informações, impressões, anedotas, relatos, retratos, mapas, dúvidas e certezas. Seria a origem uma ficção?
“Escrito com uma perfeição hipnótica, beirando a miniatura, “Posta-restante” é feito de epifanias calmas, longe da exaltação obsessiva da viagem beat ou do viés de denúncia da viagem guevarista. Observações delicadas, porém, políticas, sem o afã de ler o Outro procurando domesticar seu sentido.”
María Moreno