“Eisejuaz”, da escritora argentina Sara Gallardo, é um caso raro na literatura hispano-americana. Publicado em 1971, permaneceu à margem do chamado “boom”, seja pelo espaço limitado que uma escritora tinha então, seja por sua linguagem enigmática e heterodoxa, talvez incompreendida na época. Nos anos 2000, a obra é recuperada por Ricardo Piglia, que a inclui entre os 24 títulos de sua biblioteca essencial de clássicos da Literatura Argentina e, a partir de então, se torna cultuada como uma peça experimental de vanguarda. Por seu trabalho inventivo, de levar ao limite as possibilidades da linguagem, “Eisejuaz” é frequentemente comparado a obras como “Pedro Páramo”, do mexicano Juan Rulfo, e “Zama”, do argentino Antonio Di Benedetto. Esta edição comemorativa de seus 50 anos traz prefácio de Martín Kohan, nota da tradutora Mariana Sanchez, estudo de Alexandre Nodari e perfil biográfico da autora feito por Lucía de Leone.