Marie-José Mondzain é uma filósofa francesa e diretora de investigação no Centre National de la Recherche Scientifique, em Paris. Considerada uma referência fundamental do pensamento contemporâneo, a autora tem contribuído para o debate vital acerca do poder persuasivo das imagens, articulando o campo da estética com as maiores preocupações éticas.
Neste livro, Mondzain questiona se não deveríamos devolver ao termo “radicalidade” sua beleza virulenta e sua energia política. Hoje, tudo é feito para identificar a radicalidade com os gestos mais mortais e as opiniões mais escravizadas. Ei-la reduzida a designar apenas convicções doutrinárias e estratégias de dominação. A radicalidade, pelo contrário, apela à coragem de rupturas construtivas e à imaginação mais criativa. A verdadeira urgência para nós é precisamente a da luta contra a confiscação das palavras, das imagens e do tempo. As palavras mais ameaçadas são aquelas que a linguagem do fluxo global da comunicação verbal aos poucos vai fazendo desaparecer, submetendo-as e torcendo-as para dobrá-las à lei do mercado. Gradualmente, é a capacidade de agir que é destruída por essas próprias confiscações.