Por quanto tempo seremos observadores dos numerosos desastres ecológicos e estaremos submetidos à administração das catástrofes e das miragens de um capitalismo verde, a ponto de testemunharmos passivamente o desenrolar de uma história futura “sem nós”, um verdadeiro exílio sem volta?
Movida pela urgência de afastar esse destino, a economista e ambientalista francesa Geneviève Azam escreve uma carta cuja destinatária é a Terra. Mas como pode uma pessoa terrestre dirigir-se a esta correspondente estranha, viva e sensível, esta presença benéfica e também ameaçadora? Azam fala de seu pavor, de seus apegos e da possibilidade de uma insurreição ética e política para defender o planeta e os diversos mundos que ele abriga. Ela relembra a história e o desenvolvimento da humanidade no planeta, trazendo referências científicas, filosóficas e até mesmo literárias. Como podemos nos aliar, pergunta Azam, para resistir a tanta injustiça e degradação?
Sabemos que a Terra se rebela. Ameaça, frustra as “leis” da economia e sabota os projetos de uma onipotência ilusória. Seu lado selvagem também tem o poder de despertar nossos sentidos sufocados e fazer vislumbrar um outro modo de habitá-la. E não é que a Terra responde à sua interlocutora e aos terrestres? Com um vibrante chamado a desobedecer e desfazer sem hesitar aquilo que ameaça a sustentabilidade e a dignidade da vida.
O livro traz um belo prefácio de Ailton Krenak e um prefácio da autora à edição brasileira nesses tempos de pandemia. A tradução da obra é de Adriana Lisboa.
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