A promessa cultural do estético fundamenta a experiência estética em redes de relacionalidade, com o intuito de elucidar os significados complexos, por vezes ambivalentes, das práticas estéticas. Obras de arte e atividades cotidianas fazem promessas e ameaças que moldam nossas respostas e desejos estéticos ao indicarem o que as culturas podem ser e vir a ser. Em sua nova abordagem do estético, Monique Roelofs teoriza tanto sobre os prazeres e os valores da vida estética quanto sobre as interseções entre experiência estética e corporeidade racial, gênero, colonialidade e identidade nacional.
Roelofs examina como as noções de relacionalidade estética surgem nas teorias estéticas, desde David Hume e Immanuel Kant a Theodor Adorno e Frantz Fanon, de modo a serem revisadas em obras de artistas como Pablo Neruda, Clarice Lispector, Remedios Varo e Gordon Matta-Clark. Pensando na filosofia e nas artes, em conexão com a teoria decolonial, os feminismos e os estudos raciais críticos, A promessa cultural do estético expõe as forças estruturais e as ricas dinâmicas sensoriais, afetivas e interpretativas que conferem significado e alcance à agência estética.
“Roelofs desdobra uma leitura afiada da cena estética como local de operação de tudo aquilo que torna vazias as últimas promessas, que são, por sua vez, seus fios coloniais, raciais, cis-heteropatriarcais.”
___Do prefácio de Denise Ferreira da Silva