Quando Josefina Licitra conheceu, por acaso, o ocorrido em 30 de julho de 1971, ela se perguntou: como é possível que a maior fuga planejada em uma prisão feminina tenha permanecido em silêncio por tanto tempo? Como aconteceu? Por que ninguém fala sobre isso? A resposta está relacionada ao fato de que as mulheres foram relegadas, mesmo dentro dos movimentos de esquerda, “ao cercado das ‘pequenas coisas’; um lugar desvalorizado, inofensivo e distante das marcas discursivas que hoje nos permitem falar sobre igualdade de gênero”.
Após uma longa pesquisa e entrevistas com muitas das protagonistas, a autora reconstruiu com habilidade cinematográfica os detalhes de um evento carcerário e político que tem todos os ingredientes de um thriller policial épico e extraordinário.
Licitra ocupa por mérito um lugar na nova geração de vozes latino-americanas que estão conquistando o cenário internacional, ao lado de autoras como Mariana Enriquez, Valeria Luiselli e Samanta Schweblin. Em 2018, 38 estrelas foi escolhido pelo The New York Times en Español e pela Forbes como um dos melhores livros do ano.